terça-feira, 21 de maio de 2013

Palpites para o Brasileirão

Daqui a cinco dias começa o Campeonato Brasileiro 2013. 

Este ano, a maioria dos times entrará com força máxima já na primeira rodada, uma vez que dos seis brasileiros classificados às oitavas da Libertadores, quatro estão fora. Apenas Atlético-MG e Fluminense seguem na briga, nas quartas-de-final.

Com a mudança de formato e calendário da Copa do Brasil, os times que participam da maior competição nacional de clubes também poderão utilizar força máxima desde o início.

É difícil - eu diria quase impossível - palpitar sobre o final do campeonato antes mesmo dele começar, mas pelo panorama atual, é possível fazer algumas previsões seguras. 

Ainda há janela de transferências no meio do ano, e provavelmente alguns jogadores fundamentais em suas equipes saiam, como Neymar e Paulinho. Ainda assim, vamos aos times e aos palpites:

Atlético-MG: Melhor time do país ao lado do Corinthians, segue vivo na Libertadores. Forte na zaga e no setor ofensivo. Réver e Leonardo Silva, com grande ajuda de Marcos Rocha, garantem a segurança defensiva. Bernard, Ronaldinho, Tardelli e Jô dispensam comentários na fase atual. Palpite: garante vaga na Libertadores de 2014, figurando no G-4. Não brigará pelo título em razão da disputa da Libertadores.

Atlético-PR: Mostrou pouco na pré-temporada, atuando com a equipe sub-23. Mas no segundo turno do estadual, com a equipe considerada titular, venceu com folga e decidiu com o Coritiba. Mesmo assim, briga para não cair, mas o palpite é que fica entre o décimo-primeiro e o décimo-quinto lugares.

Bahia: Vive péssima fase, com crise na presidência e falta de bons jogadores. Sem perspectiva de melhoras. Cai para a série B.

Botafogo: Montou um bom elenco, com um ótimo time titular. Campeão estadual por antecipação com folga. Briga por Libertadores, mas não pelo título. Seedorf será fundamental.

Corinthians: Campeão Paulista, manteve o elenco campeão mundial e se reforçou com Gil - o melhor zagueiro em atividade no país -, Renato Augusto e Pato. Mesmo que Paulinho seja negociado, mantendo o restante do elenco, é um dos favoritos ao título. Chega forte neste Brasileirão.

Coritiba: Com Alex em ótima fase, não deverá se preocupar com a série B. Por falta de elenco, não chegará na Libertadores. Termina 2013 entre a oitava e a décima-terceira posições.

Criciúma: Recém-chegado da série B, foi campeão estadual e tem bom time. Sem artilheiro ou ótimos jogadores, mostrou-se frágil fora de casa, mas em seus domínios costuma ser um adversário complicado. Luta para se manter na séria A. Não cai.

Cruzeiro: Tem Dedé, Diego Souza, Dagoberto e Borges, fora outros bons jogadores. Fez um ótimo Campeonato Mineiro, perdendo o título para o Galo, num jogo em que ficou boa parte do tempo com um a menos em campo. Se mantiver o elenco e contar com a força da torcida no novo Mineirão, briga por título. Disputa apenas a Copa do Brasil, mais longa e generosa com os clubes, por isso incluo no hall dos postulantes ao caneco.

Flamengo: Está se remontando, apesar das dívidas e da falta de opções boas e baratas no mercado. Estará no top 10, mas não briga por título e dificilmente consegue vaga na Libertadores. De sexto a décimo na tabela.

Fluminense: Não tem o melhor time ou o melhor elenco do país, mas sabe jogar pontos corridos e já mostrou sua força como visitante, o que é essencial pra quem almeja o título. Ainda que esteja na Libertadores, briga pelo título, pois, diferentemente do Galo, não vejo o Tricolor das Laranjeiras chegando às finais da competição sul-americana. Figura o G-4 do Brasileirão.

Goiás: Subiu ano passado, e montou uma equipe regular. Venceu o estadual com dificuldades diante do Atlético-GO, com empate por 2x2. Briga para não cair. Se não fizer os resultados como mandante, cai.

Grêmio: Mesmo na péssima fase vivida atualmente, acredito que fará um bom Campeonato Brasileiro, pois tem elenco pra isso. Briga por título e figura o top 5.

Internacional: Tem D'alessandro, Damião e Forlán. Exige respeito, embora o setor defensivo deixe a desejar. Briga apenas pelo G-4, pois dependerá muito dos três melhores do time jogando sempre bem para que a equipe tenha chance de título.

Náutico: Tem um time inferior ao de 2012. Briga para não cair. Se não conseguir a excelente campanha como mandante do ano passado, cai.

Ponte-Preta: Foi bem no Paulistão, e parece manter o elenco, ou a maioria dele. Não cai e fica na metade da tabela. De nono a décimo-terceiro.

Portuguesa: Não tem torcida, e o time é mediano. Não é páreo para mais da metade das equipes da série A. Briga para não cair, e cai.

Santos: Com ou sem Neymar (evidentemente que se ruim com ele, pior sem ele), não tem elenco para competir com os maiores adversários. Vence grande parte dos jogos na Vila, mas sofre muito fora dela. Não briga por título, e, caso Neymar fique, terá de jogar muito para que o Peixe figure o G-4. Termina entre a sexta e a nona posições.

São Paulo: Vive momento ruim, mas tem bom elenco e Rogério no gol, provavelmente pela última vez. Briga por título e por Libertadores.

Vasco: Está com um time ruim, e a diretoria vive em crise, sem dinheiro. Figura a parte debaixo da tabela, abaixo do décimo lugar. Com este time, briga para não cair. Se vacilar, cai.

Vitória: Deu show no estadual, mas Brasileirão é outro papo. Tem um time regular, com Renato Cajá e o artilheiro Dinei como destaques. Fica do décimo lugar para baixo. Não cai.

Em resumo, 5 equipes brigam pelo título (Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio e São Paulo), não estando o Galo neste grupo por conta da Libertadores, torneio no qual creio que o Atlético estará na final. Bahia, Portuguesa, Náutico e Goiás são os favoritos à queda, embora Criciúma, Vitória e Vasco estejam neste grupo, com Atlético-PR próximo. Inter, Santos, Botafogo e Atlético-MG brigam com os 5 favoritos ao título por vagas no G-4. O restante termina no meio da tabela, sem aspirações ou riscos de queda.

E você, concorda?

terça-feira, 14 de maio de 2013

A convocação da seleção do Felipão

   Na manhã de hoje, Luiz Felipe Scolari anunciou sua lista de convocados para a Copa das Confederações, a ser disputada este ano, aqui no Brasil. 

   Evitando aqui toda a conversa fiada de José Maria Marin, que pediu a união do povo brasileiro pra torcer para o Brasil, e que todo o resto seja esquecido agora - o "resto" provavelmente seja os vídeos de ameaças e de autoritarismo por parte dele enquanto parlamentar do regime militar brasileiro - partimos para o que interessa de fato. Falar sobre os jogadores convocados, e sobre os que não foram também, mas que o poderiam ser tranquilamente.

   Foram chamados:
Júlio César (QPR), Diego Cavalieri (Fluminense) e Jefferson (Botafogo) para o gol.
Daniel Alves (Barcelona) e Jean (Fluminense) para a lateral-direita.

Marcelo (Real Madrid) e Filipe Luís (Atlético de Madrid) para a lateral-esquerda.
Thiago Silva (PSG), Réver (Atlético-MG), David Luiz (Chelsea) e Dante (Bayern) para a zaga.
Fernando (Grêmio), Luiz Gustavo (Bayern), Paulinho (Corinthians) e Hernanes (Lazio) para o meio, como volantes.
Jadson (São Paulo), Oscar (Chelsea), Lucas (PSG) e Bernard (Atlético-MG) para o meio, como armadores.
E, na frente, Fred (Fluminense), Hulk (Zenit), Neymar (Santos) e Leandro Damião (Internacional), para o ataque.

   É claro que sempre será difícil escolher 23 jogadores num grupo de, no mínimo, 40 selecionáveis, uma vez que o futebol brasileiro, no auge ou em crise, revela muitos jogadores bons, de nível de seleção, que seriam opções nos melhores elencos do mundo.

   Mas deixo aqui minha insatisfação com alguns nomes, não por defeito técnico deles, mas por estarem no lugar de outros, dos quais, os principais: Julio César, Jean, Filipe Luís, Luiz Gustavo, Jadson, Hulk e Leandro Damião.

   À vaga deles, eu convocaria, respectivamente: Cássio (Corinthians), Marcos Rocha (Atlético-MG), Adriano (Barcelona), Ramires (Chelsea), Ronaldinho (Atlético-MG), Osvaldo (São Paulo) e  Jô (Atlético-MG).

   Explico: Júlio César já foi titular de uma Copa, falhou. Está num bom momento, mas vejo Diego Cavalieri e mesmo o Jefferson à frente tecnicamente. Cássio merece a convocação.
Jean é volante de origem e atua, portanto, improvisado na direita. Ainda que fosse genuinamente lateral-direito, acho que Marcos Rocha marca melhor e ataca com mais qualidade.
Filipe Luís não é ruim, mas não mostrou futebol para seleção. O Adriano, além de bom ofensivamente, é versátil, e pode até mesmo jogar improvisado na direita.

Luiz Gustavo é um ótimo primeiro volante. Mas David Luiz já fez essa função, e, por saber jogar com a bola, é uma boa opção para ocasionalmente substituir Fernando. Portanto, em lugar de Luiz Gustavo eu chamaria o Ramires, que, além de marcador, apoia muito bem o ataque.
Jadson está tendo sua melhor temporada no São Paulo. Mas seleção para mim é momento, e, no momento, tanto Oscar quanto Ronaldinho jogam mais que ele.
Hulk chuta muito bem. Precisão e força. Mas é só. Osvaldo é rápido, dribla fácil, toca bem, sabe chutar a gol. Merecia ser chamado.
Por fim, novamente bato na tecla que futebol é momento. E, hoje, Leandro Damião joga muito abaixo de Jô. Essa a maior injustiça da convocação, em minha opinião.

   O Brasil precisa vencer a Copa das Confederações. Acredito nisso, porque é uma forma de amenizar a pressão sobre o time. Contudo, se não jogar bem, e principalmente se não vencer a Copa em 2014, a possível vitória este ano servirá apenas para retardar uma série de críticas e protestos crescentes.

   Veremos.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Situação dos brasileiros na Libertadores

Depois dos jogos de ida das oitavas de final, duas equipes brasileiras estão em boa situação. Outras três precisam reverter placares adversos, e o Grêmio, embora tenha vencido, sofreu gol em casa e não está em posição tranquila.

Palmeiras - Jogou fora de casa, próximo aos Estados Unidos, ao sul da Califórnia, em Tijuana, e conseguiu segurar o empate. Foi a primeira equipe a não perder contra os xolos fora de casa. Antes, o Tijuana derrotara San José (4x0), Corinthians (1x0) e Millonarios (1x0). Ainda teve um pênalti a seu favor não marcado. Ainda que rebaixado à série B e sem grandes jogadores, está em boa situação e deve avançar às quartas. O maior perigo é o meia-atacante Reasco. Se sofrer gol, o Palmeiras terá de vencer para se classificar.
Palpite: Palmeiras (no sufoco).

Grêmio - Atuou em sua Arena e não jogou bem. Diante do até então único invicto da competição, o Santa Fé, da Colômbia, o time do sul abriu o placar aos 28 minutos, com Vargas, mas foi prejudicado pela expulsão correta do zagueiro Cris, que, não bastasse deixar seu time com um a menos, o fez ao cometer pênalti. No segundo tempo, Fernando acertou um balaço de fora da área e resolveu. Mas o placar de 2x1 é perigoso. Se for derrotado por 1x0 no jogo de volta está fora. Tem tempo para treinar e viajar com antecedência. 
Palpite: Santa Fé

Corinthians - Não jogou bem na Bombonera e respeitou demais a fraca equipe do Boca Juniors. É mais time e se jogar como de costume deve fazer o placar necessário, de dois gols de diferença. Tem de tomar cuidado com escanteios e faltas próximas da área, principalmente se Riquelme jogar. O único jogador que pode resolver individualmente é Martinez, ex-Corinthians. O 1x0 da ida é ruim por não ter marcado gol fora. Se tomar no Pacaembu, precisará de 3. Com a possível volta de Renato Augusto e a recuperação de Danilo, provavelmente jogará o tempo todo no campo de ataque, com dois meias e dois atacantes, ou um meia e três atacantes.
Palpite: Corinthians

Atlético-MG - Desacreditado pela inexperiência na Libertadores e pela derrota por 2x0 no Morumbi na última rodada da primeira fase, o Galo contou com a ajuda de Lúcio e  também com boas atuações de Bernard e Ronaldinho para sair de São Paulo com bom resultado. Poderia ter matado o jogo com Rosinei, mas o passe de Luan foi muito forte. Se pressionasse, talvez o placar fosse maior. Preferiu assegurar o 2x1 e tocar a bola. Tem grandes chances de passar, pelo ótimo time e pelo retrospecto no Independência, onde não perde faz muito tempo.
Palpite: Atlético

São Paulo - Tinha a noite perfeita até os 35 minutos e tudo pra fazer ótimo placar contra o Atlético. Mas Lúcio deu aquela borrada no roteiro e prejudicou todo o esquema. Com  o 2x1 contrário em casa, e tendo como oponente o Atlético, vai ser difícil reverter em Minas. Terá que jogar como não tem jogado neste ano e contar com uma noite ruim dos atleticanos. Se Luís Fabiano jogar, a tarefa é menos árdua, mas ainda muito complicada.
Palpite: Atlético

Fluminense - Achei pênalti. Vi o lance duas vezes e acredito que Carlinhos fez a carga no atacante do Emelec. De qualquer modo, certo é que o Fluminense mesmo com a derrota deve se classificar. O 2x1 fora de casa é um resultado relativamente bom. Vitória simples classifica o Flu. Se Fred voltar, o ataque ganha poder e, mesmo sem uma casa para jogar - atuará em São Januário - o time carioca é melhor e só perdeu porque, a exemplo do Corinthians, foi cauteloso demais e jogou bola de menos.
Palpite: Fluminense

Em resumo, acho que entre as oito melhores equipes da América, quatro serão brasileiras. São Paulo e Grêmio ficam pelo caminho. Corinthians, Atlético-MG, Palmeiras e Fluminense avançam. Se isso de fato acontecer, teremos mais um confronto brasileiro, nas quartas, e será entre Palmeiras e Atlético-MG. 

Dia 16 de maio, as respostas.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Besteiras ditas sobre o Barcelona

   Este assunto podia render duzentas linhas. Mas é tão simples que não vai passar de umas vinte.
   O futebol está ficando rico em qualidade e o Barcelona não morreu. ESSE Barcelona não morreu. A geração "melhores do mundo" continua.
   É difícil argumentar contra fatos, mas nesses dois anos o time da Catalunha caiu na Champions por azar, por praga dos deuses do futebol. Em 2012, Messi perdeu um pênalti imperdível por ele, e o Chelsea conseguiu algo raríssimo. Marcou com todos  os dez atrás do meio de campo e ainda assim fez dois gols no Camp Nou. É competência defensiva, e é sorte lá na frente. Ou é competência de Ramires e Lampard na frente, e sorte no pênalti que carimbou a trave.
   Este ano, o azar foi duplo. Messi contundido - fato inédito nesta fase da competição - e um primeiro jogo infeliz. Infeliz, pois, com Messi em campo pela metade de seu condicionamento físico, era pra ser 1x0, 2x0 no máximo. A arbitragem colaborou com os bávaros. Pro jogo da volta, nada de Messi. Pra piorar, nas duas partidas não estiveram Puyol e Mascherano. Os pontos altos da defesa estavam de fora, e o melhor do mundo também. É como se o Bayern jogasse sem Schweinsteiger, Robben e Ribéry. Não criaria na frente, sofreria atrás.
   Agora, dizem que acabou este Barcelona. Messi e Iniesta são novos, e só Xavi está realmente "velho". O Bayern é um ótimo time, o Borussia também, assim como o Real, o Manchester United e alguns outros. A hegemonia do Barcelona mexeu com os ânimos alheios, e quem está ganhando é o futebol. Simplesmente o nível foi igualado, e a graça catalã está em cheque. O que se tem de fazer é separar a igualdade de condição, de tática e de nível técnico alcançado pelos outros, do papo furado em dizer que o ciclo de Messi e cia teve fim.

domingo, 28 de abril de 2013

Crise canarinha

   O futebol brasileiro já era rotulado como "em crise" quando os bons resultados ainda existiam. Lá em 2006, ao final da Copa, a Brahma colocou um comercial minutos após a eliminação do Brasil diante da França. Na propaganda, a frase era algo como "A próxima Copa está aí. Vai, Brasil!".
 
   A seleção foi assumida por Dunga, e, desacreditada, com Kaká e Júlio Baptista no meio-campo, conseguiu ser campeã da Copa América sobre a Argentina, fácil.
 
   Conquistou a Copa das Confederações e chegou novamente com ares de favorita à África do Sul. Empatou com Portugal, venceu Coréia do Norte, Chile e Gana. Caiu para a Holanda num dia péssimo de Júlio César, Felipe Melo e cia. "Adeeeeuus Dungaaaa" ecoou da arquibancada. E "adeus, Dunga" foi dito pela CBF.
 
   Mano Menezes chegou e foi medíocre. Nem bom, nem ruim. Ganhava bem de adversários fracos e tropeçava na tradição dos grandes. Mas é certo que nos últimos meses de seu trabalho, o Brasil ganhava um esquema tático moderno e uma cara. Caras. Mano vinha convocando frequentemente os mesmos jogadores, fazendo uma mudança aqui, outra acolá. Tinha-se uma máquina em que algumas peças estavam em teste.
 
   Sai Mano, entra Felipão. Susto, surpresa. Esperança, descrença. Sai o esboço do "moderno", entra o pragmático, o antigo. Não acho que a ausência de volantes brucutus e, no lugar deles, os volantes habilidosos e goleadores, seja a solução única. Pode dar certo com David Luiz. Pode dar certo com Ramires e Paulinho, mas "pode", não é certo que dê. Não é essa a questão.

 
   Primeiro, que os jogadores são bons. Temos uma ótima safra. Segundo, que o comando da CBF e as constantes crises da entidade afetam diretamente o time. Terceiro, o único trabalho de um comandante da Seleção Brasileira deve ser convocar e escolher os 11 que começam em campo. A última tarefa do técnico é se dirigir aos jogadores exigindo que eles joguem à vontade, ou, melhor dizendo, que atuem como estão habituados em seus clubes. "Neymar, você gosta de se movimentar e não guardar posição? Então o faça. Lucas, pode driblar e correr o campo todo, não se limite a ficar na direita. Ronaldinho, relembre os tempos de Barcelona e escolha como quer jogar. Ramires, você está no Chelsea aqui na Seleção."
 
   Não existe família no futebol - não na Seleção atual - e nem treinador milagreiro. O que dá resultado é fruto de planejamento e valorização do talento. Investir forte e sério nas categorias de base dos clubes. Enterrar o interesse financeiro e o QI - Quem Indica - comuns na base. Escolher o talentoso e reprovar o "fortão". Valorizar a bola no chão, a cabeça erguida, a coletividade, o time coeso no ataque e na marcação. A proposta é simples, mas leva tempo. Começar agora um trabalho de base sério em clubes grandes, médios e principalmente nos pequenos. Mudar o comando da CBF e trazer juventude à Seleção. Apostar em resultados a longo prazo. Vide Espanha e Alemanha. É disso que estou falando.
 
   Desde 2009 a Seleção não vence adversário de expressão (Alemanha, Espanha, Argentina, Inglaterra, França, Holanda, Itália). Dos cinco jogos com Felipão, uma vitória (4x0 na Bolívia), três empates (1x1 contra Rússia, 2x2 contra Itália e 2x2 contra Chile) e uma derrota (2x1 Inglaterra).
 
   Temos que perder a Copa em 2014. Perder feio. Se a vitória vier, tudo será esquecido e o "bom trabalho" da CBF atual será coroado. Marin sabe dirigir a entidade e Felipão é um gênio.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mudanças interessantes no futebol europeu

     O futebol europeu chega ao auge da temporada. A final da UEFA Champions League se aproxima, e os amantes do esporte estão sendo, de certo modo, surpreendidos pela força alemã.
   
     Porém, embora o jogo dentro das quatro linhas esteja bastante interessante, as maiores notícias vem de fora dos gramados. Nesta semana, à véspera da partida entre Borussia Dortmund e Real Madrid, em Dortmund, o jornal alemão Bild publicou em seu site que Mario Götze, joia amarela criada nas categorias de base do clube, estava fechado com o rival Bayern. Horas depois, ambos os clubes confirmaram a notícia, dando início a revoltas e lamentações de torcedores aurinegros, e a especulações sobre o time ideal de Pep Guardiola.
   
     Dias antes, os rumores da saída de José Mourinho do clube merengue ganharam força. A ida do português para o Chelsea é o destino apontado pela imprensa esportiva. Nada confirmado.
   
     Os blues, superabastecidos financeiramente, devem contratar também Falcao Garcia, do Atlético de Madrid. Sobrará para alguém. Demba Ba e Torres também são centroavantes, e é difícil imaginar o futebol contemporâneo no 4-4-2 clássico. Logo, vê-se que o mercado será movimentado.

     Voltando à Alemanha, após os dois massacres desta semana, Bayern e Borussia novamente estão na capa dos jornais. Não mais tanto pelas vitórias, mas sim, novamente, pelo mercado. Lewandowski teria dois contratos com o Bayern. O clube nega. No começo do ano, o polonês declarou que gostaria de sair ao final da temporada. Por outro lado, enquanto os bávaros, milionários, vão ao mercado, Pep Guardiola estaria aprontando sua lista de dispensa. E nesta lista, os primeiros nomes seriam Arjen Robben e Mario Gomez. Não é de se duvidar. O mesmo ocorreu no Barcelona, em 2008: saíram Ronaldinho Gaúcho, Deco, Eto'o e Ibrahimovic. Robben perdera espaço no time de Jupp Heynckes. Mas Kroos se contundiu, e Robben está em ótima forma. Hoje é o titular. Não é, porém, nenhum garoto, e sua saída é mesmo provável. Cairia como uma luva no Real Madrid; Mario Gomez é grande, o autêntico 9, matador. Não combina com Guardiola. O espanhol, porém, já apresentou nomes que vão além de Götze. Sugeriu Wayne Rooney - atualmente sem tanto brilho no United -, Luis Suarez e Lew4ndowski. O nível é alto.
   
     E a lista de possíveis negociações é muito maior. Kaká foi sondado pelo Galatasaray. Nada feito. Além de Mourinho, outro técnico está na boca da mídia: Jurgen Klopp foi mencionado como possível reforço do Real. Muitas especulações, pouca certeza.
   
     Para fechar com peso de ouro (literalmente), Cristiano Ronaldo há algum tempo é objeto de desejo do United. A multa é absurdamente alta, e o Real não quer perdê-lo. CR7 já deu sinais de saudade do Old Trafford.
   
      Mas uma coisa é certa: a janela de transferências do meio do ano será espetacular. Aguardemos ansiosos.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Filosofia que faz sentido

     Eu nunca fui, nem de longe, dos mais interessados e melhores alunos em matérias como Sociologia e Filosofia. Mas eu tinha minhas razões, e boas razões. Resumidamente, as aulas eram monótonas, frias, não possuíam discussão aberta, os alunos não se detinham ao conteúdo, e o estímulo a se fazer qualquer outra coisa era bem grande, ainda que fosse olhar a parede e imaginar o que fosse.
     Eu tive a felicidade e o mérito de ser aprovado no vestibular da Unesp, e ao matricular-me, pegando a lista de matérias, pensei: "tem sociologia, tem filosofia, tem literatura, tem metodologia... Tem tanta coisa que eu não gosto ou que imagino que não gostarei." Mas, seguindo o rumo da vida, que adora colocar surpresas nos caminhos, eu encontrei, aqui, um estímulo grande para ser um interessado no assunto.
     Eu cheguei à Bauru muito atrás, em conhecimento específico, de tantos outros colegas. E percebi isso nas primeiras aulas. Não estava atrás em tudo, mas nessas disciplinas, sobretudo em Filosofia e Literatura, estava (e em Literatura ainda estou). Em Filosofia, porém, passei a entender toda essa complexidade que é a base do estudo, que é o mínimo que se deve saber, ou, que não se saiba, mas que se entenda um pouco, para que o assunto seja interessante e as coisas tenham ligação.
     Lembrando de quando eu estava no colégio, era até engraçado chegar à prova sabendo dos nomes (Hume, Montaigne, Sócrates, Platão, Aristóteles, Parmênides, etc.) e não sabendo de coisa nenhuma sobre eles, sobre as ideias, sobre algo que fizesse sentido. Tempo perdido, que agora eu estou resgatando.
     Este post é, sobretudo, não para eu dizer que sou um aluno aplicado agora em Filosofia, mas sim para passar um tipo de filosofia específica que aprendi e que, a mim, fez muito sentido. Sem enrolar mais, digo que se trata do Ceticismo, especificamente o Pirrônico, que é o primeiro e único que aprendi até o momento. Se para você a filosofia não faz sentido algum, como eu pensava, procure sobre os Dez Modos de Enesidemo, por mais bizarro que isso pareça, e ao menos alguma coisa desse assunto terá lógica. Não que o tema como um todo seja super interessante e que te desvende o mundo. Mas, no mínimo, esclarecerá uma parte bem bacana da filosofia: o Ceticismo. Eu cria que cético era aquele que em nada acreditava e a quem tudo era mentira. Pois bem, o cético não é isso. Não é o contrário disso, mas não é bem isso.
     Fazia um longo tempo que eu não escrevia aqui, ora por esquecimento, ora por falta de assunto, ora por chateação com meus próprios textos. E, ainda que não seja interessante, para alguém que pensa estar perdido em tal matéria, trabalho ou assunto pessoal, a dica é que sempre há um recomeço e uma nova chance para aprender e melhorar, para evoluir.