quarta-feira, 20 de março de 2013

Filosofia que faz sentido

     Eu nunca fui, nem de longe, dos mais interessados e melhores alunos em matérias como Sociologia e Filosofia. Mas eu tinha minhas razões, e boas razões. Resumidamente, as aulas eram monótonas, frias, não possuíam discussão aberta, os alunos não se detinham ao conteúdo, e o estímulo a se fazer qualquer outra coisa era bem grande, ainda que fosse olhar a parede e imaginar o que fosse.
     Eu tive a felicidade e o mérito de ser aprovado no vestibular da Unesp, e ao matricular-me, pegando a lista de matérias, pensei: "tem sociologia, tem filosofia, tem literatura, tem metodologia... Tem tanta coisa que eu não gosto ou que imagino que não gostarei." Mas, seguindo o rumo da vida, que adora colocar surpresas nos caminhos, eu encontrei, aqui, um estímulo grande para ser um interessado no assunto.
     Eu cheguei à Bauru muito atrás, em conhecimento específico, de tantos outros colegas. E percebi isso nas primeiras aulas. Não estava atrás em tudo, mas nessas disciplinas, sobretudo em Filosofia e Literatura, estava (e em Literatura ainda estou). Em Filosofia, porém, passei a entender toda essa complexidade que é a base do estudo, que é o mínimo que se deve saber, ou, que não se saiba, mas que se entenda um pouco, para que o assunto seja interessante e as coisas tenham ligação.
     Lembrando de quando eu estava no colégio, era até engraçado chegar à prova sabendo dos nomes (Hume, Montaigne, Sócrates, Platão, Aristóteles, Parmênides, etc.) e não sabendo de coisa nenhuma sobre eles, sobre as ideias, sobre algo que fizesse sentido. Tempo perdido, que agora eu estou resgatando.
     Este post é, sobretudo, não para eu dizer que sou um aluno aplicado agora em Filosofia, mas sim para passar um tipo de filosofia específica que aprendi e que, a mim, fez muito sentido. Sem enrolar mais, digo que se trata do Ceticismo, especificamente o Pirrônico, que é o primeiro e único que aprendi até o momento. Se para você a filosofia não faz sentido algum, como eu pensava, procure sobre os Dez Modos de Enesidemo, por mais bizarro que isso pareça, e ao menos alguma coisa desse assunto terá lógica. Não que o tema como um todo seja super interessante e que te desvende o mundo. Mas, no mínimo, esclarecerá uma parte bem bacana da filosofia: o Ceticismo. Eu cria que cético era aquele que em nada acreditava e a quem tudo era mentira. Pois bem, o cético não é isso. Não é o contrário disso, mas não é bem isso.
     Fazia um longo tempo que eu não escrevia aqui, ora por esquecimento, ora por falta de assunto, ora por chateação com meus próprios textos. E, ainda que não seja interessante, para alguém que pensa estar perdido em tal matéria, trabalho ou assunto pessoal, a dica é que sempre há um recomeço e uma nova chance para aprender e melhorar, para evoluir.

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