quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Dias bipolares

          Há dias nos quais coisas tão sensacionais e coisas tão chateantes acontecem. Não sei se já ocorreu alguma vez na vida com todo mundo, mas comigo já, e é tão irônica a situação.
          Um dia que começa péssimo e termina num sorriso super feliz, ou que começa ótimo e termina aborrecido. Não são dias normais e nem equilibrados. São dias agitados, imensos, imprevisíveis. Afinal, parece que tudo de ruim acontece, e de repente algo tão maravilhoso dá um tom de alegria às horas. Ou tudo está irradiante e perfeito, no eixo, e um escorregão misterioso apaga o que houve de bom, e insere no teu dia o sentimento de tristeza, de chateação, de aborrecimento, de incapacidade em entender bem as coisas.
          Dias assim são raros, pois felicidade e aborrecimento estão unidos e presentes em quase todos os dias, mas o extremo de cada sensação é comumente de apenas um dos sentimentos por dia, ou por vários dias... Ou está feliz, ou está tranquilo, ou está mal. A mim é incomum que eu fique tão feliz e tão triste num mesmo dia. Por isso digo que tais dias são raros.
          Aliás, parece que o mundo é assim, com o mais pobre ou o mais rico, com o mais feio ou o mais bonito. O mundo dá a alegria, mas dá também a tristeza; o mundo dá a cada um a capacidade de trilhar o seu caminho, mas não fornece o dom de ter controle sobre tudo, quanto menos de não se chatear ou de não ter um dia horrível.
          O tempo é o melhor remédio, mas é o pior inimigo também. Dias passam e chegam, e os "dias bipolares" nos ensinam que não há um céu sem nuvens nem um inferno sem anjos.

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