domingo, 6 de janeiro de 2013

Big Brother Brasil e meus adjetivos

          Janeiro chegou, o ano novo está aí, as pessoas planejam emagrecer, quitar dívidas, fazer novas amizades, casar, ter filhos, estudar, ser alguém melhor, e por aí em diante se vão tantos outros desejos. Janeiro chega, e chega junto o Big Brother Brasil. Como diria Milton Leite, grande narrador de futebol, "Que Beleeeeza!", no sentido mais irônico que possa existir. Pois é, meus caros, este tal de Big Brother é um câncer da televisão brasileira.
          Até que seria divertido e interessante notar como convive um grupo de pessoas que nunca se viram, que não se conhecem, que nem mesmo sabem os nomes de seus companheiros de casa. Viver três meses isolado de notícias, da família, dos amigos, do mundo. Sim, seria bem interessante acompanhar, não fosse sabermos que é tudo combinado e ainda assim milhões de brasileiros esquecem de tudo pra ver - e ligar, e votar, e se apaixonar, pelo Big Brother Brasil. Aliás, o que há de Brasil nesse nome? Desde já é ridículo. Aí os grandes produtores colocam mulheres gostosas, peitudas, bonitas, sorridentes, e caras fortes, fãs de academia, altos, esteriótipo de modelo... E sempre tem, toda edição, como parte do regulamento do programa, o gay assumido e descontraído, um cara ou uma mulher bem mais velha, pessoa sempre amiga de grande parte da casa e, pra fechar o circo, alguém de temperamento difícil, explosivo, pra agitar as coisas no lar.
          A casa, aliás, é sempre muito bonita, confortável, tem de tudo que qualquer brasileiro gostaria. Os "brothers" (me dói usar essa expressão relembrando Pedro Bial, que ainda os chama de HERÓIS, sim, heróis, não me pergunte do quê) não precisam fazer nada a não ser beber, falar besteira, tirar a roupa e polemizar. Deve ser legal participar, a menos que você seja o escolhido pra sair primeiro.
          Quando bêbados, certa vez, ao saírem de uma churrascaria, tanto Pedro Bial como o produtor Boninho, questionados pelo então Pânico na TV, afirmaram tratar-se de pura armação, com possíveis vencedores escolhidos antes mesmo do programa ir ao ar. E mesmo assim tem gente que para na rua pra dizer que "o João tem que sair porque ele é antipático". Sinceramente, vá a merda! Com gente que dá ibope pra Big Brother não se dá pra crer que o Brasil seja melhor um dia. Se você assiste pelos caras bombados ou pelas mulheres boas, vá lá, dá pra entender. Mas se alguém realmente gosta de verdade desta merda e acha que tudo rola como eles fazem parecer que é, então, amigo, você absolutamente não tem minha admiração, nem jamais terá.
          E este programa é tão câncer, tão ruim, que entra na vida das pessoas, as faz pensar que se comportar como vadia é válido, que é charme. Que ser fortão e ter o olho azul é o único jeito de ser atraente. E aí nosso povo gasta tudo em beleza, quando às vezes não tem plano de saúde, não tem como pagar escola boa, não tem sequer boas condições de moradia.
          O Big Brother só me deu a certeza de que Pedro Bial é um idiota e de que mais idiotas somos nós (nem todos, neste caso), que sofremos e torcemos (os idiotas) por gente que ao sair do programa só verá muito dinheiro, gente que aliás já entra no programa com a vida feita.
          Se eu pudesse dar uma dica a quem não tem nada pra fazer numa noite qualquer, eu diria: "Faça algo que te distraia, que te divirta, beba uma cerveja, ligue pra amigos, jogue um videogame, leia um bom livro, veja besteira na internet, jogue poker, estude Einstein, só não assista Big Brother Brasil".

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