segunda-feira, 21 de novembro de 2011

As temidas chuvas de verão e as obras que auxiliam as possíveis inundações

       Toda a tranqüilidade vivenciada no inverno é colocada em cheque a cada novo verão. As fortes chuvas, e em decorrência dela desmoronamentos e enchentes são o pesadelo de milhões de moradores no Brasil, e também aqui, em Socorro.
       Em janeiro uma tromba d’água vitimou centenas de moradores de diversas localidades do município, desde bairros rurais até centros comerciais. O poder que a natureza apresenta nos mostra que não temos força para lutar contra ela, mas podemos pelo menos não piorar a situação. Isso é para quem joga objetos no rio, para quem apoia a construção de usinas, e por aí em diante.
       Em se falando de usinas, está aí um perigo a mais para essa época de chuvas. Além de desviar o curso natural dos rios, de secar cachoeiras e alterar a paisagem natural do local, essas construções são um sério risco aos moradores de Socorro, cortado pelo Rio do Peixe. Antes de chegar aqui, esse mesmo rio passa por Bueno Brandão, cidade onde está em processo de construção uma dessas usinas, que armazena água dos rios através de barragens. Imagine então, cidadão, se uma dessas barragens se rompe... Ou mesmo imagine que decidam por abrir a barragem, devido ao nível muito alto de água armazenada... O volume de água que “cairá” de uma vez será imenso, e em questão de horas grande parte de nosso município estará debaixo d’água. Que grande obra, não? Para fechar fica a informação de que nada do que será produzido em energia virá para nós, principais atingidos.
       Moro em beira de rio e já com certa experiência no assunto posso garantir que sei da angústia, da insegurança a cada vez que começa a chover. Algumas outras obras feitas de um ano pra cá tem retirado grande quantidade de terra do solo, onde será colocado concreto, piso e sei lá mais o que. Mais água para o nosso rio. Será que alguma providência foi tomada? O executivo sabe desse risco das usinas? E o legislativo, sabe? Ô gente, vamos acordar, digo, trabalhar um pouquinho. Não espere acontecer pra depois lamentar, dizer que todo um trabalho foi prejudicado pelas chuvas e enchentes. Para isso há seis meses de “seca”, seis meses pra se preparar. A história, infelizmente, pode se repetir. E dessa vez pode ser pior. Não é pessimismo, não é querer ver o circo pegar fogo... É ser realista, olhar e analisar o que foi feito para evitar enchentes, se há um deslocamento rápido das famílias em processo de urgência. Como já disse, o rio passa atrás da minha casa e por mais de uma vez já visitou meu quintal. Um dia ele vai entrar em casa sem ter sido convidado.
       Se por um lado é difícil realizar planos eficientes anti-enchentes, por outro podemos no mínimo não piorar a situação, não admitindo obras de interesse de alguns e que prejudicam uma maioria. Ter consciência dos direitos e não deixar por isso mesmo é fundamental pra gente não se afogar.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário