terça-feira, 18 de outubro de 2011

O caso de Orlando Silva e os R$ 40 milhões desviados do esporte

    Não bastasse toda a corrupção e desvio de verbas já conhecido em nosso país, eis que surge uma nova denúncia. Segundo reportagem feita pela revista Veja e também pelo ”Fantástico”, da Rede Globo, o ministro do Esporte Orlando Silva Júnior é chefe de um esquema de desvio de dinheiro público, por meio da utilização de empresas de faixada para o desvio de dinheiro destinado a programas de incentivo ao esporte.
    Uma organização não governamental, nomeada Pra Frente Brasil, criada em 2003 pela ex-jogadora de basquete Karina Valéria Rodrigues, é suspeita de desviar recursos repassados pelo Ministério do Esporte por meio do programa Segundo Tempo, que visa incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes carentes. O dinheiro seria então encaminhado para os envolvidos no esquema.
    As matérias produzidas tanto pela Veja quanto pelo Fantástico apontam inúmeras evidências de que o programa Segundo Tempo, incentivado pelo Ministério do Esporte, é a chave para o desvio das verbas, que em oito anos totalizaria um total de 40 milhões de reais. Empresas alimentícias e fornecedoras de material esportivo seriam as faixadas para execução do esquema. Cada empresa teria em seu dono um ”laranja”, como são conhecidos os membros participantes de esquemas corruptos. Para esta empresa há um repasse de dinheiro justificado por serviços a serem prestados. O programa Segundo Tempo é considerado estratégico pelo governo federal e desde 2003, quando foi criado, repassou R$ 750 milhões para prefeituras, estados e ONGs. A entidade da ex-atleta Karina recebeu R$ 28 milhões nos últimos seis anos.
    Karina é vereadora de Jaguariúna, sede da ONG, e do mesmo partido de Orlando Silva, o PCdoB. Segundo relato de um ex-militante do partido, João Ferreira, Orlando Silva só destinava verbas para as ONG’s após o pagamento de uma taxa previamente negociada, que poderia chegar a 20% do valor dos convênios. O motorista Célio Soares Pereira afirma que além do episódio em que entregou dinheiro ao próprio Orlando Silva, esteve pelo menos outras quatro vezes na garagem do ministério para levar dinheiro do esquema. Ainda de acordo com a reportagem, uma empresa fornecedora de lanches recebeu 10 milhões de reais num período de três anos. Suspeita-se que grande parte dos 18 mil beneficiados não esteja sendo atendida pelo programa.
    O ministro se defendeu das acusações e prometeu entrar com processo penal contra ambos, por calúnia e acusação falsa. Afirmou que pode ter havido falhas na fiscalização da ONG Pra Frente Brasil, e prometeu averiguar se a quantidade de beneficiados condiz com o que foi acordado em parceria.
    Pelo visto o Brasil tem pela frente mais um caso de corrupção a ser investigado. Mais um episódio de gente forte do governo aprontando com o dinheiro público. Mais um ministro suspeito de falcatruas. Como na maioria das vezes, o assunto será enterrado. Aposto com quem disser o contrário. 

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