terça-feira, 11 de outubro de 2011

Em que serão transformados nossos rios e cachoeiras?

       A região que corresponde à Bacia do Rio do Peixe vem há algum tempo passando por um transtorno relacionado ao meio ambiente. Trata-se da construção das Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH’s) nas cidades de Bueno Brandão e Munhoz.
   O projeto visa a obtenção de energia por meio da construção dessas Centrais no Rio Cachoeirinha (Bueno Brandão) e Corrente (Munhoz). A execução do projeto acarretará na diminuição, por exemplo, da vazão dos rios, especialmente no período que se estende de maio a dezembro, em que as chuvas são menos constantes.  Estima-se que a vazão caia de 1.460 litros por segundo, para apenas 300 litros de água por segundo, devido à construção de barragens e ao represamento de água.
   Outro dado importante a ser lembrado é que nossa região é ponto turístico exatamente devido a sua beleza natural, paisagens montanhosas, cobertas de árvores e com a presença constante de cachoeiras. A realização do projeto das CGH’s certamente diminuirá o potencial turístico, pois longos trechos dos rios afetados ficarão secos, e a cachoeira do Limoeiro, em Bueno Brandão, deixará de existir.

   Uma reunião no final de 2009 contou com a presença de trinta participantes do Projeto “Cachoeiras Vivas”, uniformizados e carregando faixas e banners para mostrar que a população é contrária a destruição das cachoeiras. Entre eles, estiveram presentes integrantes da Associação Ambientalista Copaíba, empresários do turismo, representantes dos conselhos municipais do meio ambiente e do turismo de Socorro, além de moradores de Bueno Brandão. A reprovação da obra parte de quase todos os munícipes das cidades da bacia do Rio do Peixe, especialmente quanto aos moradores de Munhoz e Bueno Brandão. 

   A princípio o governo local foi favorável à construção das CGH’s, construção esta que já teve início, como pode ser notado na imagem abaixo. 
   A quantidade de energia produzida com a construção dessas mini usinas não vale a pena se levados em conta os impactos ambientais e a destruição da paisagem local para realização da obra. Tal produção de energia, aliás, não será de uso dos moradores ou empresas da região, o que nos leva a crer como ainda mais absurdo é este projeto.
   Serão construídas duas barragens de concreto na cachoeira do Limoeiro: a primeira (CGH Cachoeirinha), localizada no alto da cachoeira, terá 3 metros de altura por 28,5 metros de comprimento. Aos pés da mesma cachoeira, haverá uma segunda barragem, da CGH Limoeiro, com altura de 3 metros por 49 metros de comprimento. Além do impacto visual causado pelas barragens, os represamentos totalizarão mais de dois mil metros quadrados, quando somadas as duas CGH’s, o que cobrirá as cachoeiras e corredeiras nestes locais pela lâmina de água do represamento.
   Em 2009 um abaixo assinado reuniu 12.342 assinaturas, o que levou à realização de um comitê analisador das obras, para que fossem calculados os impactos ao meio ambiente e ao turismo local. O relatório das Câmaras Técnicas (CT’s) do comitê revelou que em relação ao Rio Cachoeirinha, “do ponto de vista da beleza cênica, o cenário futuro é de um trecho de 1,145 km (1145 metros) de exposição rochosa do leito do rio, margeado por tubulação em seu lado esquerdo, tubulações estas segmentadas por torres de 9,6 metros de altura (duas), com diâmetro de 5 metros das chaminés de equilíbrio."
   Ainda de acordo com o relatório, “é possível concluir que o volume de água que ficará correndo no rio, entre as barragens e as casas de forças (trechos de vazão reduzida), não será suficiente para que as cachoeiras sejam mantidas, o que tornará estes trechos com aparência de um rio de pedras. ”
  Se você, cidadão, aprecia a natureza e suas paisagens, não deixe que qualquer empresa ou projeto de governo acabe com o que de mais precioso temos em nossa região. Este é o típico projeto que tem de tudo para dar errado, começando pela destruição do verde e das cachoeiras. Lucro para alguns e prejuízo para todos nós: não é isso que queremos. Participe do movimento Cachoeiras Vivas e diga não às usinas!

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